MENSAGEIROS DA PAZ: CAIRBAR SCHUTEL
"O Bandeirante do Espiritismo"
Quando contava 7 anos, foi batizado na igreja católica por
vontade própria. Em 1878, perde o pai em 24 de abril. No mês de setembro do
mesmo ano, nasce seu irmão Antero e dias depois, falece sua mãe em virtude de
febre puerperal. Cairbar fica órfão aos dez anos.
Com a morte de seus pais, Cairbar e seus irmãos passam a
viver com o avô paterno, Dr. Henrique Schutel, que o matricula no Colégio Dom
Pedro II, o qual frequenta até o segundo ano.
Em 1880, abandona os estudos e emprega-se em uma farmácia no
Rio de Janeiro, iniciando seu aprendizado no ramo farmacêutico, adquirindo
conhecimentos na manipulação de medicações, poções e essências.
Por volta do ano de 1890, Cairbar deixa o Rio de Janeiro
rumo ao interior de São Paulo. Primeiro estabelece domicílio em Piracicaba, posteriormente
muda-se para Araraquara, onde através de seus esforços, adquiri uma pequena
propriedade e passa a cultivar frutas e verduras que garantem sua
sobrevivência.
No ano de 1895, a cidade de Araraquara é acometida por um
terrível surto de febre amarela. Cairbar, utilizando-se de seus conhecimentos
em farmácia, contribui para o atendimento da população daquele município.
No ano seguinte, o farmacêutico prático, parte para o
povoado do Senhor Bom Jesus das Palmeiras do Matão, fixando sua residência
neste pequeno vilarejo, onde inaugurou uma farmácia no local.
Vida Política
Por ser muito inteligente, Cairbar logo se destaca no
pequeno povoado, que passa a crescer e desenvolver consideravelmente, até que
no ano de 1898, a pequena vila é elevada a município de Matão.
Cairbar Schutel integra então a primeira Câmara de
Vereadores, instalada em 28 de março de 1898. No mesmo ano, seu pares o elegem
a Intendente do município, tornando-se o primeiro prefeito de Matão, cargo que
ocupou por duas vezes.
Através de sua humildade e sabedoria, Cairbar contribuiu
consideravelmente para o desenvolvimento do município. Não tinha opositores
políticos, pois era extremamente carismático.
Cairbar e o
Espiritismo
Cairbar Schutel, cansado das explicações pouco convincentes
que o padre lhe dava com relação aos frequentes sonhos que tinha com seus pais
já falecidos, resolveu procurar o amigo Manoel Calixto, o qual lhe apresentou a
doutrina dos espíritos.
Na primeira sessão mediúnica que participou, recebeu uma
mensagem de Dom Pedro II, que o deixou bastante impressionando. A partir de
então, o primeiro Intendente da cidade de Matão, começa a dedicar-se ao estudo
das obras de Allan Kardec, tornando-se profundo conhecedor do espiritismo.
Cairbar converte-se ao espiritismo e pouco tempo depois, desenvolve várias faculdades mediúnicas, destacando-se na psicografia, pela qual recebe
uma mensagem de seu pai, demonstrando que permanecia vivo do outro lado.
Fachada de "O Clarim" |
Em 15 de julho de 1905, Cairbar Schutel, com ajuda de
amigos, funda o primeiro centro espírita da região, recebendo o nome de "Amantes
da Pobreza". Em agosto do mesmo ano, cria-se o jornal espírita “O Clarim” e
vinte anos mais tarde, surge a "Revista Internacional de Espiritismo" (RIE). Todo esse
complexo de obras espíritas permanecem vivos até os dias de hoje.
Schutel encontrou fortes resistências por parte dos católicos da
região, que chegaram a conseguir uma autorização política para fechar o centro
espírita. Porém, nada disso abateu Cairbar, que se manteve firme em seu ideal.
Sua vida após o encontro com o espiritismo mudou
consideravelmente, sua casa passou a ser um centro de peregrinação de doentes e
necessitados. Cairbar, através de seu conhecimento em farmácia, aviava receitas
e distribuía gratuitamente medicações aos pobres. O militante espírita era
dotado de um puro sentimento de amor, amor ao próximo e sobretudo, amor aos
pobres.
Possuidor do dom da escrita, Schutel, publicou diversos livros
de tema espírita, contribuindo para a divulgação da doutrina na região. Por
esse motivo, ficou conhecido como “O Bandeirante do Espiritismo”, pois foi um
verdadeiro desbravador levando a doutrina recentemente codificada por Kardec,
ao interior do Brasil.
O Desencarne:
Cairbar falece em 30 de janeiro de 1938, às 16:15, vítima de
aneurisma cerebral, aos 70 anos. Na mesma noite, comunica-se através da
mediunidade de Urbano de Assis Xavier e sugere a seguinte frase para lápide em
seu túmulo: "Vivi, vivo e viverei porque sou imortal".
As principais obras de
Cairbar Schutel, editadas pela Casa e Editora O Clarim:
Espiritismo e Protestantismo - setembro de 1911
Histeria e Fenômenos Psíquicos - dezembro de 1911
O Diabo e a Igreja - dezembro de 1914
Espiritismo para crianças - 1918
Interpretação sintética do apocalipse - 1918
Médiuns e Mediunidades - agosto de 1923
Gênese da Alma - setembro de 1924
Materialismo e Espiritismo - dezembro de 1925
Fatos Espíritas e as Forças X... - maio de 1926
Parábolas e Ensinos de Jesus - janeiro de 1928
O Espírito do Cristianismo - fevereiro de 1930
A Vida no Outro Mundo - outubro de 1932
Vida e Atos dos Apóstolos - fevereiro de 1933
Preces espíritas - 1936
Conferências Radiofônicas - setembro de 1937
O Batismo – 1986
Cairbar Schutel na
Espiritualidade:
Cairbar Schutel permanece trabalhando no plano espiritual em
prol da divulgação da doutrina espírita pelo mundo. Atualmente é o dirigente da
cidade espiritual de “Alvorada Nova”, dividindo as responsabilidades com o
espírito de Irmã Sheilla. Schutel, traz detalhes do funcionamento da colônia
espiritual e suas atividades, através do livro que leva o nome da cidade,
de sua própria autoria, psicografado por Abel Glaser.
Mensagem de Cairbar
Schutel:
“Se existe uma expressão fecunda de gratidão à luz do Espiritismo que
nos libertou da ignorância e dos vícios morais, ela pode ser reconhecida no
trabalho consciente e ardoroso de sua divulgação, a bem de outros corações...
Pensar o conteúdo doutrinário
para sentir Jesus em retorno ao nosso convívio representa a estrada nova e bem
pavimentada, capaz, por sua utilidade e valor, de beneficiar toda a Humanidade.
Espiritismo é o clarim matinal
que anuncia a Era da Regeneração tão aguardada, e, sob seus auspícios reveladores,
a sabedoria e a doçura da fraternidade – fraternidade que é o amor em expansão
–, como radioso sol a todos alcança, para a efetiva libertação espiritual de
nosso Globo.
Urge, por consciência e dever
moral, formarmos fileiras de entendimento e aplicação cadenciada do que nos
oferece a Doutrina do Consolador.
Firmeza de ânimo que
caracterize um genuíno idealista;
Sentimento solidário, que
enalteça os planos do Bem, então concebidos pelo adepto;
Lealdade aos fundamentos da Verdade
codificada, por princípio de segurança e valor.
Irmãos: o Espiritismo é o
Consolador, abrigando-nos em caridade e paz; todavia, o excelso trabalho que ao
Paracleto divino compete executar, necessita de nossas mãos, para que, íntegro
e benfeitor, alcance as comunidades – das choupanas singelas e geralmente
violentas aos palácios de onde promanam as decisões de ordem e governança do
mundo!
Mãos à obra, com Jesus e
Kardec!”
Cairbar Schutel
(Mensagem psicografada
pelo médium Wagner G. Paixão durante o encerramento do XV Congresso Espírita de
São Paulo, promovido pela USE, em Franca, no dia 01/05/2012)
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